O relatório anual de 2018 do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), revelado ontem, regista um aumento das prevalências do consumo de cocaína e ecstasy nos Açores e Madeira e releva que estas prevalências são “maiores” na população entre os 15 e os 34 anos.
O mesmo relatório do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências destaca que os Açores e o Norte de Portugal continental apresentaram em 2018 “as prevalências de consumo recente e actual de qualquer droga mais elevadas tanto na população de 15 aos 74 anos como na população dos 15 aos 34 anos a par com o Centro de Lisboa.
O relatório acentua, particularmente, os aumentos dos consumos de cocaína e de ecstasy nos Açores e Madeira (superiores nos 15-34 anos), e as subidas do consumo recente de Novas substâncias psicoactivas em várias regiões, em particular nos Açores, mas também na Madeira, Norte, Centro e Algarve (mais acentuadas nos 15-34 anos).
Os consumos continuam a ser mais expressivos nos rapazes.
Em relação às substâncias com prevalências de consumo recente mais altas a nível nacional, a cocaína e o ecstasy, foram as regiões dos Açores (0,8% e 0,3 nos 15-74 anos e 1,5% e 0,4% nos 15-34 anos) .
Por sua vez, o consumo recente de novas substâncias pricoactivas é bem mais prevalente sobretudo nos Açores (3,6% na população de 15-74 anos e 6,1% na de 15-34 anos), mas também na Madeira (0,4% na população de 15-74 anos e 0,8% na de 15-34 anos), por comparação com as outras regiões.
Por comparação aos alunos de 18 anos, constata-se uma maior frequência do consumo de cannabis na população geral de 18 anos, em que 4% dos inquiridos/27% dos consumidores actuais de cannabis declaram ter um consumo diário/quase diário nos últimos 30 dias, sendo estas proporções, nos alunos de 18 anos, de 2%/15%. Por outro lado, registam-se também maiores prevalências de consumo de outras substâncias ilícitas que não cannabis, o que pode estar relacionado com a cobertura geográfica deste estudo incluir as Regiões Autónomas, “onde se verificaram prevalências mais elevadas destes consumos”, segundo o relatório do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências.
Em 2018 foi apreendida nos Açores 41% da cocaína apreendida em Portugal.
Nos Açores foram condenados em 2018 setenta e dois indivíduos por tráfico de droga. Do total de condenações, 33 foram por tráfico de cannabis, 8 por tráfico de cocaína, 18 por tráfico de heroína e 46 condenados por tráfico das designadas ‘polidrogas’.
Em 2018 o SICAD tem o registo de um caso de SIDA nos Açores em resultado da toxicodependência.