O Grupo Parlamentar do CDS-PP, por iniciativa da deputada Catarina Cabeceiras, questionou esta semana o Governo Regional sobre a situação dos açorianos que, enquanto passageiros inter-ilhas de regresso à sua ilha de residência por via aérea, têm de fazer pernoita obrigatória em São Miguel.
No âmbito da pandemia da COVID-19, tem estado em vigor nos Açores um modelo de deslocações aéreas excecionais inter-ilhas, em que é exigida aos passageiros a devida autorização por parte da Autoridade Regional de Saúde para o efeito e em que, qualquer que seja a origem e destino pretendidos pelo passageiro, o itinerário de voo é circular, com início e término na ilha de São Miguel.
Este modelo obriga a que muitos dos passageiros oriundos tanto do Grupo Ocidental como do Grupo Central, nomeadamente das ilhas sem hospital, tenham que permanecer várias horas em São Miguel para regressarem à sua ilha de residência.
Catarina Cabeceiras considera “inaceitável que estes passageiros, que se deslocam entre ilhas maioritariamente por razões de saúde e que pertencem a grupos de risco, se vejam sujeitos a uma situação em que têm que passar várias horas dentro de uma aeronave, desembarcar em Ponta Delgada, apanhar um transporte para o local onde vão pernoitar, voltar a apanhar o transporte para o aeroporto e embarcar, com todos os contactos que isso implica, e tudo isso em São Miguel que é precisamente a ilha que de momento apresenta maior número de casos ativos e maior potencial de transmissão ativa”.
Perante o maior risco de contágio que esta situação representa, a deputada centrista questionou o Governo Regional sobre que medidas foram tomadas para salvaguardar a saúde destes passageiros e para assegurar a estes passageiros o suporte dos custos inerentes a esta pernoita.