O Bloco de Esquerda considera que a coligação de direita que vai integrar e suportar o próximo governo regional dos Açores começa da pior forma, com falta de transparência, ao esconder dos açorianos o conteúdo dos acordos assinados para garantir a indigitação do presidente do PSD pelo Representante da República.
O Bloco de Esquerda considera “insustentável” que a decisão do Representante da República de indigitar o presidente do PSD para formar governo “se mantenha alicerçada em acordos políticos de caráter secreto”.
Por isso, numa carta endereçada ao Embaixador Pedro Catarino, António Lima, coordenador do Bloco de Esquerda Açores, afirma que “as circunstâncias exigem que o Representante da República divulgue o quanto antes os acordos políticos que tem em sua posse e que sustentaram a sua decisão de indigitar como presidente do Governo Regional o presidente do PSD”.
Na carta, António Lima diz que “a divulgação imediata dos acordos” que o Representante da República tem na sua posse “é um imperativo democrático e de transparência”.
No entanto, na resposta à missiva do Bloco de Esquerda, o Representante da República afirma que não lhe cabe “substituir-se a esses partidos na decisão sobre se, quando, ou como” devem os acordos ser divulgados.
O Bloco de Esquerda recorda que em 2015, os acordos de incidência parlamentar assinados entre BE, PCP, PEV e PS na Assembleia da República foram tornados públicos no próprio dia da assinatura, e antes da indigitação de António Costa para a formação de governo.