O ministro da Economia e do Mar reconheceu esta semana que o investimento no Observatório do Pico é uma “prioridade”, depois do presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) ter alertado para as potencialidades daquele equipamento.
“Tem de ser uma prioridade porque o registo do dióxido de carbono é absolutamente fulcral e o Observatório do Pico tem as condições ideais”, afirmou António Costa Silva à comunicação social, na delegação do IPMA em Ponta Delgada, após a consignação dos novos radares meteorológicos da região, que vão ser instalados em São Miguel e nas Flores.
Questionado sobre as potencialidades daquele observatório, o ministro da Economia e do Mar vincou a importância da medição do dióxido de carbono para “compreender as alterações climáticas” e “minimizar o seu efeito”, sobretudo numa “área localizada no centro do Atlântico”.
Na apresentação, o presidente do IPMA, Miguel Miranda, além de destacar a importância dos novos radares meteorológicos, apelou também ao investimento no Observatório do Pico que “precisa de ser redesenhado e reatualizado”, mantendo a “logística de observação”.
“Vamos tornar aquilo num observatório que seja visto, seguido, acompanhado e estudado pelo mundo inteiro. Isso é possível porque temos as condições geográficas, temos as condições humanas e temos as equipas, em particular na Universidade dos Açores”, concluiu.
Recorde-se que o Observatório foi instalado em 2001 no topo da montanha do Pico, estando equipado com instrumentos para medir o ozono e o monóxido de carbono, bem como os aerossóis de carbono negro, resultantes de processos de combustão provocados pelos carros ou pelos incêndios. Além disso, assumiu a medição dos parâmetros meteorológicos mais simples, como a pressão atmosférica, o vento e a temperatura.
Esta estação, que está na tutela da Universidade dos Açores, funcionou vários anos, cooperando com a academia açoriana e a Universidade de Michigan nos Estados Unidos. No entanto, em 2018 a estação ficou praticamente inoperacional devido a uma trovoada. Prevê-se que seja reparada até ao final do mês.