Cientistas da Universidade dos Açores consideram que não há “qualquer evidência” que os arrojamentos e mortes de meros na região estejam associados à pesca, podendo-se estar perante surtos virais resultante do aquecimento do mar.
Em comunicado, o instituto Okeanos da Universidade dos Açores recorda que “já foram reportadas no passado situações comparáveis, envolvendo esta mesma espécie no Mediterrâneo, tipicamente associadas a surtos virais ou bacterianos, desencadeados durante períodos de aquecimento anormal do mar”.
Na nota, os cientistas recordam que nos Açores “tem-se verificado uma substancial e persistente anomalia térmica do mar nos últimos verões”, tendo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera já reportado que 2024 teve “o verão mais quente dos últimos 80 anos na região”, com a temperatura da superfície do mar a atingir “27,3º C e anomalias térmicas superiores a 2º C”.
Por outro lado, é ainda acrescentado, “95% dos meros reportados são animais maturos encontrando-se no final da época de reprodução”, sendo por isso também expectável que estejam particularmente vulneráveis.
Lusa/RA/RP