A maioria parlamentar PSD e CDS-PP aprovou ontem a proposta de lei que altera o horário de trabalho na Função Pública de 35 para 40 horas semanais. O PS e o PCP consideraram que esta lei significa um “retrocesso”, ao passo que o BE fala em “desprezo pelos trabalhadores da Administração Pública”. Já o PSD diz ter “orgulho” nesta lei. Durante a discussão, que durou algumas horas, o PS considerou que esta alteração significa um “retrocesso significativo daquilo que foram os direitos conquistados pelos trabalhadores ao longo das últimas décadas, com uma respectiva redução salarial”. Por seu lado, a deputada bloquista Mariana Aiveca acusou a maioria de “desprezo pelos trabalhadores da Administração Pública”, já que, na sua opinião, nenhum trabalhador poderá cumprir correctamente as suas funções de atendimento ao público durante oito horas por dia. O comunista Jorge Machado também classificou esta lei de “retrocesso” e registou que “se trata de roubar o que foi negociado, uma vez que não há correspondente aumento do salário em conformidade com o aumento do horário de trabalho”.