João Alfredo Santos, professor universitário e especialista em obras portuárias afirmou ontem, na comissão açoriana sobre transportes marítimos, que "a avaliação visual da agitação marítima é sempre subjetiva", defendendo a existência de outros mecanismos de registo. João Alfredo Santos foi ouvido na comissão parlamentar de inquérito ao transporte marítimo de passageiros e infra-estruturas portuárias, que decorreu em São Miguel. O especialista é responsável pelo relatório encomendado pela empresa pública Portos dos Açores após um acidente mortal ocorrido no porto de São Roque do Pico. A comissão parlamentar de inquérito foi constituída para avaliar os investimentos nos portos do Faial, Pico e São Jorge, a compra de barcos novos para o transporte de passageiros entre estas ilhas, além de averiguar responsabilidades políticas relacionadas com dois acidentes. Aos deputados, o especialista disse que tanto quanto conhece existe no porto de Lisboa “um dispositivo que mede a agitação marítima à entrada” e acrescentou que “os portos em Portugal continental são mais suaves em termos de agitação marítima do que nos Açores”. João Alfredo Santos informou ainda que foram feitas duas versões do relatório. Os resultados no primeiro relatório eram exagerados, mas no segundo existe sempre a dúvida quanto aos resultados porque o modelo chega a valores elevados nos cabos de amarração.