O deputado do PCP na Assembleia Legislativa dos Açores considerou que os efeitos das políticas de concentração do Governo Regional "aprofundam as assimetrias" nas diferentes ilhas do arquipélago, sendo São Jorge um "exemplo paradigmático". Aníbal Pires defende a promoção das potencialidades endógenas de cada uma das ilhas dos Açores e alertou que, em São Jorge, o setor produtivo “continua a viver dificuldades” na fileira do leite e no setor das pescas. Considerando que a ilha “produz muita riqueza que não é devidamente aproveitada”, Aníbal Pires declarou que setores emergentes como o turismo, apesar de se verificar alguma evolução, acabam por ficar “na periferia do destino Açores” devido à forma de planeamento do transporte aéreo. Aníbal Pires frisou que não existe um sistema integrado de transportes nas ilhas do denominado triângulo, mas também em todo o grupo central, o que provoca “algumas dificuldades”. O líder comunista açoriano adiantou, por outro lado, que a obra de beneficiação e ampliação do porto do Topo “ainda não passou das promessas”, e defendeu a criação de uma linha de crédito para a indústria conserveira de Santa Catarina, que foi alvo de uma intervenção por parte do Governo Regional e constitui a maior entidade empregadora de São Jorge. O deputado referiu, ainda, ser necessário dar alguma atenção aos resíduos na ilha de São Jorge, na sequência da classificação, das fajãs como Reserva da Biosfera na UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura no passado.