“Não há condições logísticas nem financeiras” para adaptar a embarcação `Maria Eugénia´ a um projeto de cariz educativo. As palavras são do secretário regional da Educação e Cultura que falava na Comissão Parlamentar de Assuntos Sociais, da Assembleia Legislativa dos Açores. Segundo o secretário a construção do projeto pedagógico e a sua articulação com os atuais programas curriculares são tarefas de elevada exigência, não exequíveis, quer no presente, quer a médio prazo. Apesar de reconhecer a importância do `Maria Eugénia´ como referência simbólica ao nível das técnicas locais e regionais da construção naval em madeira, a secretaria regional da Educação e Cultura entende não haver justificação para a sua classificação como bem cultural, uma vez que o restauro da embarcação, ocorrido no final da década de noventa, “não obedeceu aos critérios científicos que lhe garantissem a manutenção da autenticidade”. Recorde-se que o `Maria Eugénia´ é uma das últimas peças da arquitetura naval açoriana construído nos Estaleiros de Santo Amaro do Pico, pelo construtor José Joaquim Alvernaz, em 1920 e destinou-se durante muitos anos à cabotagem entre as ilhas do Arquipélago.