O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia reafirmou, na Assembleia Legislativa, que o Governo dos Açores “sempre partilhou da importância que a fábrica de Santa Catarina tem para São Jorge e para o concelho da Calheta”, acrescentando que “a prova disso” foi a compra, em 2009, desta indústria conserveira, através da Lotaçor, “precisamente para salvaguardar os postos de trabalho” e garantir a sua permanência na ilha.
Gui Menezes falava durante o debate sobre um projeto de resolução, que foi rejeitado, para adoção de medidas para proteger o emprego na fábrica da conserveira Santa Catarina.
Segundo o secretário, o Governo dos Açores “já deu provas no Conselho de Ilha de São Jorge e no plenário” que a permanência da fábrica em São Jorge e a manutenção dos postos de trabalho “são pressupostos que estarão vertidos no caderno de encargos”, que ainda não está concluído.
Durante a sua intervenção, o Secretário Regional frisou que “é preciso olhar para o percurso que a empresa tem feito desde que foi adquirida pela Região”, lembrando que passou de 90 para cerca de 140 trabalhadores, na sua maioria mulheres, e que o volume de negócios passou de cerca de 1,3 milhões para mais de oito milhões de euros.
Em termos de exportação, Gui Menezes referiu ainda que Santa Catarina “é a indústria que mais exporta para o mercado intra e extracomunitário”.
No entanto, o governante defendeu que “a empresa precisa de ser recapitalizada e de uma gestão privada para ser viável e para que possa aceder a fundos comunitários”, sublinhando que a reforma do setor público empresarial que o Governo dos Açores está a implementar tem como um dos objetivos viabilizar a fábrica de Santa Catarina e assegurar os postos de trabalho.
O Secretário Regional lembrou ainda que, devido às regras da concorrência, “há limitações” no que respeita à intervenção do Governo dos Açores nas empresas, referindo que, “devido ao facto de Santa Catarina ter 100% de capital público, é considerada uma grande empresa”, não sendo, por isso, elegível a apoios comunitários no âmbito do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP).