Numa altura em que o Faial vive uma crise sísmica, o diretor regional das Obras Públicas e Comunicações, Frederico Furtado Sousa, afirmou que os Açores estão agora melhor preparados para “enfrentar” uma crise sísmica intensa, devido a uma “cultura de prevenção” e da implementação de “boas práticas”.
“Uma questão de cultura de prevenção, de procura de boas práticas, não só na gestão do território, mas acima de tudo, também, na melhoria da edificação. Por essa razão mesmo é que estou convicto que os Açores, no seu todo, autarquias, empresas e governo regional, já estão mais bem preparados para enfrentar uma crise sísmica”, afirmou o governante à Agência Lusa.
O responsável participou no sábado numa sessão intitulada “O que fazer perante a próxima crise sísmica nos Açores?”, promovida pela ordem dos Engenheiros Técnicos, numa altura em que a zona do Faial vive uma crise sísmica, embora com fenómenos de pequena dimensão.
Frederico Furtado Sousa avançou que o Governo Regional pretende criar em 2020 uma bolsa para técnicos, que permita a “avaliação de infraestruturas” e das “condições de segurança” dos edificados, não só em caso de prevenção, como para permitir uma atuação “mais ágil no terreno” aquando de uma crise sísmica intensa.
O diretor regional das Obras Públicas e Comunicações assinalou que em 2020 será aplicado, em todo o país, um sistema de avisos por SMS, em caso de potenciais desastres naturais, projeto coordenado pela ANACOM com a colaboração da direção regional.
O governante também considerou como uma “medida importante” a utilização da nova rede de cabos submarinos para a “deteção de sismos e tsunamis”, frisando, contudo, que tal medida não depende exclusivamente o executivo açoriano.
Desde 3 de novembro, que está a ocorrer, numa zona entre os 25 e os 35 quilómetros a oeste do Faial, uma crise sísmica, que já registou mais de mil eventos, tendo a população sentido 33 sismos até ao momento.
Em declarações à Lusa na semana passada, o presidente do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores, Rui Marques, considerou que, tendo em conta as magnitudes dos sismos dessa crise sísmica, “não há possibilidade de haver danos estruturais nos edifícios”.