A Paróquia de Santo Amaro está a restaurar uma Santa Parentela do século XVIII, única nos Açores, e uma das poucas completas em Portugal.
Composta pelas imagens do Menino Jesus, Nossa Senhora, São José, São Joaquim e Sant’Ana, a Parentela foi elaborada na oficina de Manuel Dias, que no Período Joanino era conhecido como o principal escultor de arte sacra de Lisboa.
Esta Santa Parentela é um caso único nos Açores. Não é possível colocar preço a este conjunto de imagens porque não há conhecimento de outra Parentela do Manuel Dias que tenha sido vendida em Portugal”, explica o Padre Luís Dutra, acrescentando que “estas imagens eram normalmente adquiridas por igrejas com avultados meios.
O conjunto de cinco imagens encontrava-se esquecido por baixo do altar-mor da Igreja de Santo Amaro em avançado estado de degradação, o que levou o Padre Luís Dutra a procurar meios financeiros para avançar com o restauro.
O trabalho de recuperação da Santa Parentela iniciou-se com o restauro do Menino Jesus e prosseguiu com o de Nossa Senhora.
Em fase de restauro encontra-se a imagem de São José. O trabalho, que deve ficar concluído até final de março está a ser desenvolvido por Marta Bretão, à semelhança do que aconteceu com as outras duas imagens.
Com atelier em Angra, Marta Bretão é uma das principais conservadoras de arte sacra do país e a sua relação com o Pico não é de agora, uma vez que foi responsável pelo restauro de imagens como a do Bom Jesus Milagroso, Santa Maria Madalena, São Pedro e São José.
Até ao momento, no restauro das duas imagens da Parentela de Santo Amaro foram investidos três mil euros e a de São José deve custar entre 1700 e 2000 euros. Um valor muito próximo da estimativa do restauro das imagens de Sant’Ana e São Joaquim que, faseadamente, seguirão para o Atelier de Marta Bretão.
Este investimento no restauro da Santa Parentela é recebido com enorme agrado pela Câmara Municipal de São Roque do Pico que reconhece a importância de se preservar a arte sacra de maior relevância do concelho.