Um grupo cívico de Picoenses promoveu ontem uma “manifestação pacífica”, tendo-se concentrado dentro de 50 viaturas nas imediações do aeroporto do Pico, e reclamando que os passageiros que aterram na ilha açoriana façam quarentena face à pandemia de Covid-19.
Em declarações por telefone à agência Lusa, Aquilino Leal Bettencourt, um dos fundadores do grupo recém-criado no Facebook “Vamos fechar o aeroporto do Pico”, com cerca de dois mil aderentes, declarou que os turistas “estão a chegar sem controlo à ilha”, receando-se “pela vida de familiares e locais”.
Aquilino Bettencourt, empresário, reivindica que os passageiros que cheguem ao Pico façam quarentena, considerando que “não basta” que preencham uma declaração à chegada.
De acordo com Aquilino Bettencourt, foi apresentada queixa junto da Polícia de Segurança Pública, em nome de uma população que “tem respeitado as indicações e ficado em casa”, à exceção “dos que saem para trabalhar” porque não podem recorrer ao teletrabalho.
O co-fundador do grupo, criado no domingo, exemplificou que hoje chegou um voo, com turistas a bordo, da ilha de São Jorge, onde se registou o segundo caso dos Açores de portador do novo coronavírus, que “não foi controlado”, temendo-se que o vírus “já tenha chegado por esta via”.
Recorde-se que a Autoridade de Saúde Regional dos Açores decidiu colocar todos os passageiros de voos exteriores à região em quarentena, deste sábado, devido à pandemia de Covid-19.
Todos os passageiros de voos do exterior que aterrem na região estão, desde então, obrigados a cumprir um período obrigatório de quarentena de 14 dias, determinado pela Autoridade de Saúde Regional.