A Deputada Independente Graça Silveira critica a falta de resposta e cuidado das entidades públicas de saúde a dezenas de açorianos deslocados da sua ilha de residência para a realização de exames, consultas e tratamentos que acabaram cancelados e que ficaram retidos em residenciais, numa clara discriminação entre doentes deslocados e cidadãos desobedientes.
Em requerimento entregue no Parlamento Açoriano, Graça Silveira diz que “não faz sentido deixar doentes deslocados entregues à sua sorte com 30 euros de diária, ao mesmo tempo que os passageiros dos voos que chegam aos Açores, em clara atitude de desobediência, têm direito a 14 dias num hotel de 4 estrelas com pensão completa”.
Em causa, frisa, estão “dezenas de doentes que foram chamados para se deslocar a hospitais fora da sua ilha de residência para a realização de exames complementares de diagnóstico, tratamentos ou consultas, que acabaram por nem acontecer. Entretanto, as ligações interilhas foram suspensas, ficando estes doentes impossibilitados de regressar às suas ilhas de residências e, consequentemente, encontrando-se alojados em residenciais, desde o passado dia 16 de março”.
Graça Silveira adverte que estamos perante uma população com “duplo risco” face à atual infeção pelo Covid-19, uma vez que “doentes são considerados como população de risco, sendo que alguns deles têm mais de 60 anos”, e estão “sem serem contatados por ninguém para avaliar o seu estado de saúde”, em residenciais.
Assim, a parlamentar questiona o Governo sobre “quantos doentes foram deslocados das suas ilhas para a realização de exames complementares de diagnóstico, tratamentos ou consultas, depois de ter sido declarado estado de contingência nos Açores?”, bem como “quantos doentes se encontram, neste momento, deslocados fora das suas ilhas de residência, por força de agendamentos do próprio Serviço Regional de Saúde?”.
Por outro lado, quer saber “quais as garantias de que estes doentes de risco estão efetivamente isolados e consequentemente protegidos quanto à contaminação por Covid-19?” e “porque é que, ao fim de 14 dias, a Autoridade Regional de Saúde não deu, ainda, despacho aos requerimentos para que estes doentes voltem à sua ilha de residência?”.