Os deputados do PSD/Açores eleitos pelo Pico defenderam ontem a deslocação à ilha do Pico de um obstetra do Hospital da Horta, "para a realização de consultas de forma evitar as sucessivas deslocações e quarentenas das grávidas do Pico, como está a acontecer", adiantam.
Num requerimento enviado à Assembleia Legislativa, os social-democratas querem aliás uma justificação da tutela "para o facto de os utentes locais, que se desloquem ao Hospital da Horta, tenham de fazer quarentena ao regressarem à sua residência na ilha do Pico", questionam.
Em causa está a circular informativa nº DRS-CINF/2020/32 de 13 de abril, "visando que os utentes da Unidade de Saúde da Ilha do Pico (USIP) que se desloquem ao Faial para consultas no Hospital da Horta, tenham depois de fazer a respetiva quarentena ao regressar a casa", explicam.
"Também segundo essa circular, os técnicos da USIP que possam ter de acompanhar os utentes, a própria tripulação do barco e todos as pessoas que no âmbito da sua profissão tenham autorização de deslocação, não são obrigados à quarentena", dizem os deputados.
Para Marco Costa e Jorge Jorge, esta é uma situação "que tem gerado inúmeros constrangimentos para os utentes do Pico, nomeadamente para as grávidas que, por um lado, são aconselhadas por razões de saúde e bem-estar a movimentarem-se, fazerem caminhadas e passeios, por outro lado, são obrigadas pela Autoridade de Saúde a fazer quarentena em domicílio", revelam.
"Mais ainda, é que passados poucos dias de concluída a quarentena têm de se deslocar outra vez ao Hospital da Horta para nova consulta, e voltar novamente à quarentena", alertam os social-democratas.
Os deputados lamentam igualmente "o desconhecimento manifestado em conferência de imprensa pela Autoridade de Saúde Regional, acerca do número de grávidas existentes no Pico que tem de ir às consultas no Hospital da Horta ", afirmam.
Marco Costa e Jorge Jorge lembram que as ilhas do Pico, Faial, Terceira e São Jorge "estão em fase de flexibilização das restrições, e que já há várias semanas não existem novos casos de doentes positivos da Covid-19, pelo que se exigem uma nova atitude e novas regras", concluem.