O Diretor Regional do Ambiente, Hernâni Jorge, revelou à margem da ação de devolução ao meio natural de um milhafre na Quinta de São Lourenço, que, desde o início da implementação da rede no arquipélago, os Centros de Reabilitação de Aves Selvagens já acolheram 945 indivíduos, de diversas espécies.
Segundo o Facebook dos Parques Naturais, a reintrodução da ave de rapina na natureza decorreu após um período de tratamento no Centro de Reabilitação de Aves Selvagens do Pico, o que lhe permitiu recuperar dos ferimentos que apresentava numa das patas, resultantes de retenção em cativeiro, quando foi resgatada por uma equipa de Vigilantes da Natureza, no dia 8 de maio, na freguesia dos Flamengos, onde também foi libertada.
Na ocasião, Hernâni Jorge, aproveitou para “condenar o comportamento daqueles que não respeitam a natureza e a biodiversidade”, acrescentando que “sendo o milhafre uma espécie protegida prioritária, a sua captura ou detenção em cativeiro constitue uma contraordenação ambiental grave, punível com coima entre 2.000 a 20.000 euros, em caso de negligência, ou de 4.000 a 40.000 euros, em caso de dolo”.
A este propósito, o Diretor Regional do Ambiente referiu, ainda, que, perante os indícios existentes, foi solicitada a colaboração da Polícia de Segurança Pública para a confirmação da identidade do infrator, com vista a ser desencadeado o correspondente processo de contraordenação.
Aludindo à evocação, na próxima sexta-feira do Dia Mundial da Biodiversidade, Hernâni Jorge salientou a “importância da preservação do nosso património natural, enquanto objetivo central das políticas públicas de conservação da natureza”, lembrando, em particular, “o papel da rede de Centros de Reabilitação de Aves Selvagens (CERAS) que disponibiliza as condições necessárias ao tratamento das aves selvagens”.
Os CERAS têm como missão o resgate de aves selvagens feridas, debilitadas ou em risco, promovendo a sua adequada reabilitação, com o objetivo final de devolvê-las ao meio natural. Em 2019, os três CERAS acolheram 99 aves selvagens para tratamento e recuperação, das quais 18 foram registadas no CERAS Corvo, 29 no CERAS Pico e 52 no CERAS São Miguel.