Os Açores vão manter a exigência de teste à covid-19 à chegada ao arquipélago, até 01 de julho, mas nas ilhas de São Miguel e Terceira e o resultado passará a ser conhecido em 12 horas.
O tempo que medeia o momento de recolha de amostras e a obtenção do resultado do teste é, no caso das ilhas de São Miguel e Terceira, de cerca de 12 horas, uma vez que existem laboratórios que fazem esse teste nessas duas ilhas”, avançou no sábado o secretário regional adjunto da Presidência para os Assuntos Parlamentares, Berto Messias.
O governante falava, em Angra do Heroísmo, numa conferência de imprensa de apresentação de novas medidas de desconfinamento, aprovadas sexta-feira em Conselho de Governo, que entram em vigor esta segunda-feira.
Desde meados de maio que os Açores deixaram de exigir o cumprimento de quarentena obrigatória à chegada à região, sendo a medida substituída pela realização de testes à covid-19, caso os passageiros não tivessem realizado um teste nas 72 horas anteriores ao embarque.
Os passageiros eram, no entanto, obrigados a aguardar pelo resultado numa unidade hoteleira indicada para o efeito, o que poderia demorar no máximo de 48 horas.
A redução do tempo de espera pelo resultado do teste de despiste de infeção pelo novo coronavírus só é possível nas ilhas Terceira e São Miguel, onde estão instalados os laboratórios de referência da região.
O executivo admite que nas ilhas de Santa Maria, Faial e Pico, que também têm ligações diretas com o exterior, a espera possa ser maior, tendo em conta que há necessidade de fazer deslocar as amostras, mas Berto Messias disse que “num futuro muito breve também o Faial poderá dar resposta a essa necessidade”.
Além do teste realizado à chegada, passa a ser exigido apenas um segundo teste ao sexto dia, em caso de permanência por mais de sete dias na região, deixando de ser necessária a realização de um terceiro teste ao 13.º dia.
Apesar de não terem de ficar em isolamento, é recomendado que os passageiros cumpram as “regras de distanciamento físico, de uso de máscara e regras de etiqueta respiratória”.
O executivo açoriano vai deixar de comparticipar a estadia em hotéis, exceto no caso de os passageiros terem como destino final outra ilha que não aquela em que aterrem.
Deixará também de haver possibilidade de ficar em quarentena voluntária num hotel, com custos assegurados pelo Governo Regional, mas quem já a tiver iniciado pode continuar nas unidades hoteleiras até ao final do período definido, se assim o entender.
O incumprimento da realização dos testes definidos e da espera em isolamento profilático pelo resultado pode levar as autoridades de saúde regionais a apresentar “queixa pela prática do crime de desobediência” e a determinarem a realização de quarentena obrigatória numa unidade hoteleira, com custos imputados ao passageiro, sendo a decisão submetida a validação judicial.
Desde o início do surto, os Açores registaram 147 casos da covid-19, dos quais 130 já recuperaram, 16 morreram e um foi transferido para o continente português.
Lusa/AO/RP