No início da retoma, e em pleno período da tradicional “época alta”, a crise já instalada na Restauração e no Alojamento intensificou-se. O inquérito mensal da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal às empresas, que decorreu entre 31 de julho e 3 de agosto, com 1.377 respostas válidas, apresenta um cenário sem esperança para milhares de empresas e dezenas de milhares de postos de trabalho.
Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal à atividade turística revelam resultados verdadeiramente alarmantes para os setores da restauração e bebidas e do alojamento turístico:
No setor da Restauração e Bebidas, 43% das empresas ponderam avançar para insolvência dado que a esmagadora maioria refere que não irá conseguir suportar os encargos habituais, como pessoal, rendas, energia, fornecedores e outros, a partir do mês de agosto. No caso específico das empresas de animação noturna (bares e discotecas), são 62% das empresas que ponderam requerer insolvência.
Para as empresas inquiridas, a faturação do mês de julho foi avassaladora, com 75% das empresas a registarem perdas acima dos 40%.
Para as empresas do Alojamento Turístico o cenário é igualmente alarmante. Durante todo o mês de julho, 27% das empresas não registaram qualquer ocupação e 20% indicou uma ocupação máxima de 10%. Estes resultados traduzem-se numa quebra homóloga superior a 90% na taxa de ocupação, referida por cerca de 36% das empresas.
Estes resultados nacionais, quer da restauração e bebidas, quer do alojamento turístico, não evidenciam diferenças muito significativas entre as várias regiões. Esta análise incidiu sobre as 5 regiões do continente (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve) e as 2 regiões autónomas (Açores e Madeira).