O fecho da pesca do Alfonsim pelo Governo Regional entre 1 deste mês e 31 de julho, assim como a redução da quota do Imperador para 5% das capturas acessórias efetuadas a bordo, estão a deixar insatisfeitos os profissionais do setor, que reclamam compensações por se sentirem limitados na sua atividade.
Gualberto Rita, presidente da Federação de Pescas dos Açores, em declarações ao Açoriano Oriental, considera que nos Açores já se tem “fechado muita coisa” a nível de pescarias em nome da sustentabilidade, mas considera que tal “não faz sentido” quando “depois não se aplicam medidas a Estados-membros” que se comportam como “predadores”.
O dirigente associativo sublinha que deve haver também uma maior pressão do Governo Regional nesta matéria, porque “o que foi feito não é suficiente para mostrar que não estamos de acordo” com as decisões de Bruxelas.
Também o presidente da Associação de Produtores de Espécies Demersais dos Açores, em declarações àquele jornal, aponta a ausência na Região de um plano de gestão para a pesca dos ‘Beryx’.
Para Jorge Gonçalves, a solução passa por criar e implementar o plano de gestão já no segundo semestre deste ano e, até lá, admite como solução a declaração da cessação temporária da atividade, de modo a compensar os seus profissionais.
Por seu lado, a diretora regional das Pescas lembra que a realidade atual na Região ao nível das capturas de Alfonsim e Imperador é algo que foi acordado com as associações da pesca, referindo que estas deveriam fazer um controle diário das pescarias “para haver um maior controle” da quota atribuída pela União Europeia.
Alexandra Guerreiro entende que a declaração de cessação temporária da atividade, no caso dos ‘Beryx’, “não é viável” nesta fase.
Os pescadores açorianos dispõem este ano de uma quota de 134 toneladas de imperador e Afonsim, duas espécies que passaram a ser geridas por Bruxelas semestralmente após a saída do Reino Unido - também com interesses na captura de ‘Beryx’ - da UE.
AO/RP