O Governo Regional dos Açores quer incentivar a produção de carne de bovino maturada, com apoios comunitários e obras nos matadouros da região, adiantou o secretário regional da Agricultura, António Ventura.
O titular da pasta da Agricultura nos Açores falava, em Angra do Heroísmo, à margem de uma visita à ExpoCarne 2021, organizada pelo Núcleo de Criadores de Bovinos de Raças de Carne da Ilha Terceira afirmou que "E uma nova oferta para os consumidores, que permite a exportação, permite longas distâncias, permite menos custos de transporte e permite oferecer este novo agroalimento”.
Para além dos incentivos aos produtores que queiram apostar em carne maturada, o Governo Regional vai também instalar câmaras de maturação nos matadouros da região.
Segundo o secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, a produção de carne nos Açores ainda tem potencial de crescimento e há uma “perspetiva de otimismo relativamente à venda de carne, quer para consumo local, quer para exportação”.
“Em Portugal, só produzimos 50% da carne que consumimos. Isso significa que há muito espaço para nós podermos preencher esse consumo que ainda falta em Portugal”, apontou.
O preço da carne pago ao produtor “está a crescer”, mas ainda não é “o desejado”, tendo em conta “o crescimento dos fatores de produção”.
O governante defendeu, por isso, a necessidade de uma maior aposta na promoção e na conquista de novos mercados europeus, onde existem “nichos de consumidores que estão dispostos a pagar por esta qualidade excecional”.
Em “finais de janeiro”, António Ventura espera que a carne do Ramo Grande, raça natural dos Açores, seja também reconhecida com Denominação de Origem Protegida (DOP).
O executivo açoriano está “em fase final da certificação do matadouro de São Miguel, da Terceira e do Pico para as questões do bem-estar animal” e prevê arrancar no próximo ano com “uma agenda para a investigação no âmbito da bovinicultura de carne”.