Um estudo da Universidade dos Açores concluiu que a mineração do mar profundo vai afetar a biodiversidade e a pesca, porque os sedimentos poderão dispersar por uma área equivalente a 10 mil campos de futebol e afetar ecossistemas marinhos vulneráveis e a pesca comercial.
A investigação revelou ainda que as plumas “podem dispersar para fora das áreas” de mineração e “atingir montanhas submarinas próximas”, o que afeta os “ambientes do mar profundo” e os “ambientes perto da superfície”.
“Estas plumas, com elevado potencial tóxico, vão por em risco os corais de água fria e as atividades de pesca existentes.
Estes impactos são particularmente preocupantes em regiões como os Açores, onde as populações locais são altamente dependentes do mar profundo.
O grupo de investigadores destaca que o mar profundo dos Açores “esconde uma diversidade de comunidades biológicas única no oceano Atlântico”, como “extensos jardins de corais de águas frias” e “campos de esponjas”.
Muitas destas áreas constituem ecossistemas marinhos vulneráveis devido à grande diversidade de espécies, algumas com longevidades de centenas ou milhares de anos e crescimento muito lento”.
Para o grupo de investigação, os resultados do estudo “reforçam a necessidade de continuar a avaliar os potenciais impactos da exploração mineral do mar profundo antes de se começar a equacionar a sua regulamentação”.
Açores9/RP