O deputado à Assembleia da República Paulo Moniz confrontou hoje o Governo com “a falta de respostas aos lesados do BANIF”, referindo que “temos um problema com grandes consequências, uma vez que o tempo não corre a favor dos lesados e a falta de respostas já se torna incomportável”, afirmou.
O social-democrata falava durante uma audição do Ministro das Finanças, na Comissão de Orçamento e Finanças, onde lembrou que “o senhor Primeiro-Ministro disse querer uma resolução rápida e justa deste caso, mas temos de lembrar que, em dezembro de 2019, um conjunto de peritos da Ordem dos Advogados concluiu inequivocamente pela existência de indícios de práticas ilícitas no decurso da relação comercial dos produtos financeiros”, adiantou.
“Esses peritos validaram 2330 pedidos, correspondentes a cerca de 230 milhões de euros, que são valores parciais face às perdas dos lesados do BANIF”, pelo que “a nossa perspetiva é a de agora olhar este assunto com um nível de compromisso diferente do que se tem verificado”, exigiu o deputado açoriano.
Paulo Moniz também recordou que a Oitante, “que é o veículo dos ativos que o Totta não adquiriu, aquando da resolução em 2015 do BANIF, conseguiu, recentemente, liquidar um empréstimo obrigacionista de 746 milhões de euros, evitando inclusivamente, do período de 2016 a 2022, o pagamento de juros que montam a 110 milhões de euros”.
O social-democrata considera que “tem de haver respostas para estas pessoas”, partilhando a chamada que recebeu, “do filho de um senhor com 80 anos, a dizer-me que o pai lhe pergunta todos os dias se o País lhe vai devolver as poupanças de toda uma vida, uma vez que ficou sem elas”.
“E é a essas pessoas que peço que responda concreta e objetivamente”, disse Paulo Moniz, diretamente ao Ministro das Finanças.
PSD/RP