O SITAVA -Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos manifestou ontem a sua preocupação com a "destruição dos postos de trabalho" da Azores Airlines, cuja privatização da maioria do capital está prevista para 2023 .
Em comunicado, o sindicato adiantou que já pediu com urgência, "uma audiência ao Governo Regional dos Açores" para "obter explicações" para várias questões ligadas a este processo, reforçando que o grupo SATA "é o mais importante ativo" da região.
"Diz-se agora, com cada vez maior insistência, que o Governo Regional se prepara, mesmo sem publicar o respetivo caderno de encargos, para vender a empresa sem que se saiba muito bem como. Os trabalhadores voltam, assim, a viver o pesadelo que viveram durante a anterior tentativa de privatização que, a ter-se concretizado, teria sido o fim da empresa, com todo o triste contencioso que lhe estava associado, nomeadamente a destruição dos postos de trabalho", assinalou o SITAVA.
O Governo Regional revelou em novembro que o concurso público para a privatização da Azores Airlines arranca em 01 de janeiro de 2023, no entanto, o SITAVA continua sem perceber o porquê desta decisão. "Quando parecia, finalmente, haver condições para aliviar os trabalhadores dos pesados sacrifícios que ainda suportam, volta novamente a falar-se de privatização sem que alguém perceba as razões de tal decisão", lamentou.
O sindicato questiona ainda "onde fica o interesse regional" e se, "em tal cenário, estão salvaguardados os postos de trabalho e os interesses dos trabalhadores". A privatização da maioria do capital da Azores Airlines/SATA Internacional (empresa do grupo SATA responsável pelas ligações entre o arquipélago e o exterior) está contemplada na proposta de Orçamento dos Açores para 2023, aprovada no parlamento regional no fim de novembro.
A verba aprovada divide-se em empréstimos diretos de 144,5 milhões de euros e assunção de dívida de 173,8 milhões de euros, num total de 318,25 milhões de euros a converter em capital próprio, e em garantias estatais de 135 milhões de euros concedidas até 2028 para financiamento facultado por bancos e outras instituições financeiras.
As dificuldades financeiras da SATA perduram desde pelo menos 2014, altura em que a companhia aérea detida na totalidade pelo Governo Regional começou a registar prejuízos, agravados pelos efeitos da pandemia de covid-19.
Noticias ao minuto / RP