A Associação de Agricultores do Pico defende que o pombo-torcaz-dos-Açores (columba palumbus azuricus) e a urze (erica azorica) deixem de ser espécies protegidas. Em causa está a destruição de culturas hortícolas, registadas sobretudo no concelho da Madalena, que se traduziram em elevados prejuízos para os agricultores.Segundo Jorge Pereira, presidente da Associação, o pombo-torcaz-dos-Açores “é uma praga” e a única forma de minimizar os prejuízos é o controlo da densidade da espécie. A propósito da importância destas espécies no ecossistema açoriano, a Rádio Pico contactou Paulino Costa, director do Parque Natural da Ilha do Pico. No último Conselho Regional de Agricultura, Álamo Menezes, secretário regional do Ambiente e do Mar, defendeu que estas espécies deixassem de ser protegidas pela Convenção de Berna.O pombo-torcaz-dos-Açores é uma subespécie endémica da Região, fundamental na Floresta Laurissilva e segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, a substituição de áreas de floresta natural por zonas de pastagem, em grande escala, tem levado ao aumento de conflitos com as populações locais.
Joana Leal/Rádio PicoOuvir Paulino Costa - Director do Parque Natural da Ilhao do Pico