O Governo açoriano foi acusado ontem pela oposição de querer controlar a comunicação social privada, através de apoios financeiros públicos que podem ser atribuídos mesmo que a comissão que analisa as candidaturas dê parecer negativo. As acusações do PSD, CDS-PP, PPM e BE foram feitas no plenário do Parlamento Regional durante o debate e votação na especialidade da proposta do Governo relativa ao III Programa Regional de Apoio à Comunicação Social Privada – o PROMEDIA III. A polémica surgiu quando o PSD propôs uma alteração ao documento, de forma a estabelecer que “as candidaturas aos apoios PROMEDIA III são obrigatoriamente submetidas ao parecer prévio vinculativo da comissão e análise de candidaturas”. Segundo a oposição, esta alteração é fundamental para o Governo Regional deixar de estar sob suspeita de “interferências”, "favorecimentos", “chantagem”, “controlo” ou “cobranças” em relação a meios de comunicação social que acedem aos apoios, com já aconteceu. Os quatro partidos denunciaram um caso, levado à comissão parlamentar que fez audições no âmbito da preparação deste debate, de uma rádio privada de S. Jorge e das Flores que recebeu 250 mil euros, decididos pelo Governo Regional depois de a comissão de análise de candidaturas ter vetado a sua atribuição. O deputado do PS Francisco Coelho respondeu que se há dúvidas ou falhas, se deve investigar e rejeitou que a comissão que analisa as candidaturas ao PROMEDIA seja "uma fantochada”, como considera a oposição. O debate foi interrompido a meio, sendo retomado esta Quarta-feira, quando terminará a votação e debate na especialidade, seguindo-se, no mesmo dia, a votação final global.