Ministro Adjunto e da Coesão visitou...
Á margem do XII Congresso de Agricultura dos Açores, que terminou ontem, destacou a presença desta nova realidade, uma reorganização dos mercados, fará com que hajam deslocalizações e “muita gente vai deixar de poder produzir porque não tem dimensão, não tem escala. Até agora estiveram protegidos pelas quotas e por subsídios”.
A partir daqui, sem protecção a nível regional, nacional e europeu e mesmo fora da Europa, dedicar-se a outras actividades terá que ser uma inevitabilidade. “Tudo isto tem a ver com uma reorganização”, afirma José Matos, prevendo “um período de grande tumultuosidade pacífica e vamos ter muito cuidado para saber onde é que as coisas vão parar”, salienta.
Fazer o trabalho de casa para produzir leite de forma competitiva é o concelho de José Matos que está de acordo com a criação de um organismo como o Centro de Leite e Lacticínios nos Açores, uma vez que permitirá, em conjunto com estudos da Universidade dos Açores, uma melhor gestão e previsão de uma área sui generis.
“Vamos ter que apoiar os agricultores neste momento de transição que pode ser aproveitado até 2015 para aumentar a dimensão das nossas explorações, fazendo recurso dos apoios às reformas, e criando melhor capacidade tecnológica. O número de vacas das nossas explorações leiteiras, claramente, vai ter que subir para muito próximo das 100 vacas nos próximos 10 a 15 anos. Vamos ter que fazer aqui um progresso muito grande”, explica o professor universitário.
José Matos vai mais longe e considera que nas pequenas ilhas, “principalmente com o envelhecimento da população – porque há grandes problemas demográficos - com este cenário principalmente a ilha do Pico, a ilha das Flores , a ilha do Faial terão que, eventualmente, se dedicar mais à produção de carne”, isto porque a Europa até precisa de carne, referiu.
Um panorama nada simpático para os produtores de leite das ilhas mais pequenas onde será difícil “encontrar empresários e conseguir a dimensão suficiente para se ter uma vida digna”.
“Pela história recente, tudo indica que o caminho é no sentido de a maior parte dos agricultores destas pequenas ilhas optarem pela reforma”, disse José Matos.
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