Os vitivinicultores da ilha do Pico estão preocupados com o impacto que as últimas chuvadas de julho poderão ter na produção deste ano. Segundo Ernesto Ferreira, presidente da Cooperativa Vitivinícola da ilha do Pico (CVIP), “tudo aponta para uma quebra substancial, [pelo menos] em relação ao que era normal na Cooperativa antes de 2010”. Com as chuvadas de julho os bagos das uvas que estavam adiantadas rebentaram e houve logo uma entrada de fungos que fez com que grande parte desses cachos apodrecesse. No entanto, o caso mais crítico verifica-se nas castas brancas tradicionais, nomeadamente no Arinto dos Açores, no Verdelho e no Terrantez. Em declarações aos jornalistas, Ernesto Ferreira defende que as alterações climáticas têm que ser estudadas "[sob pena de estar] em perigo uma atividade económica bastante importante para a ilha e para a região". O presidente da CVIP vai mais longe e diz que já não basta confiar nos santos populares nem em requerimentos para garantir uma boa produção e explica que é urgente criar uma equipa de campo que aconselhe no tratamento de doenças e que intervenha ao nível da condução da videira. Na campanha deste ano, que arranca já na última semana de agosto, Ernesto Ferreira alerta os associados para que sejam rigorosos e cuidadosos na colheita das uvas porque “só com boas uvas é que se produz um bom vinho”.