A valorização do papel do professor-titular e a consolidação de uma Língua Estrangeira no 1.º ciclo serão duas das consequências da implementação do novo currículo regional da educação básica. A opinião é da secretária regional da Educação e Formação e foi avançada na Assembleia Legislativa durante a apresentação da proposta de diploma que “estabelece os princípios orientadores da organização e da gestão curricular da educação básica para o sistema educativo regional”. De acordo com Lina Mendes, o novo currículo regional traduz-se na “integração da educação pré-escolar no desenho curricular da educação básica” e no “aumento da carga horária de várias disciplinas”, entre as quais a Língua Portuguesa e a Matemática. Segundo referiu, a criação de um espaço curricular para o desenvolvimento da Formação Pessoal e Social, bem como da literacia digital, são outras das inovações previstas, adiantando ainda que a área curricular não disciplinar de Cidadania passará a ser leccionada por dois docentes, em par pedagógico. Para a Secretária da Educação e Formação, o novo currículo irá valorizar igualmente as “actividades de pesquisa e de experimentação” por parte dos alunos, ao mesmo tempo que promoverá, no âmbito do projecto educativo e curricular das escolas, o “desenvolvimento de actividades de enriquecimento curricular de carácter facultativo”. Sobre esta proposta em análise, Aníbal Pires, do PCP, disse que têm dois aspectos desajustados. Por um lado a “matriz nacional e outro a implementação da matriz experimental”. “Teimosia e pressa em apresentar tal diploma”, foram as palavras encontradas pelos deputados do CDS-PP para descrever o diploma apresentado pelo Governo Regional. Também em tom bastante critico, Paulo Estêvão do PPM, apelidou a proposta de “continuação de um calvário”, pois a “falta de argumentação por parte do governo é assustador. Primeiro começou por ser um problema do governo, agora afecta todos os açorianos”. Por outro lado, a bancada do PSD na voz de Rui Ramos, disse que este “diploma chegou em cima da hora”. Na opinião daquele grupo parlamentar a “proposta devia ter uma maior participação das pessoas que estão no terreno e que conhecem a realidade das nove ilhas dos Açores”. A terminar com as criticas, em torno da proposta apresentada pelo governo, Zuraida Soares lamentou a forma como chegou o diploma, e como o governo tem tratado tal documento. Esta proposta acabou aprovada, só pela maioria socialista mesmo depois da oposição ter posto à votação o documento para baixar à comissão.