No sábado foram apresentados no Museu da Indústria Baleeira, as obras A Fábrica da Baleia de São Roque do Pico – Açores, 3.ª edição e Roteiro da Fábrica da Baleia de São Roque do Pico – Açores, 1.ª edição, da autoria de José Carlos Garcia. As publicações dão continuidade à divulgação de uma pesquisa etnológica desenvolvida desde 1998, abordando a baleação insular e a atividade das companhias baleeiras do Cais Velho (1885-1942) e das Armações Baleeiras Reunidas (1942-1984). Gilberta Pereira, amiga do escritor e professora da Escola Profissional do Pico explanou a relação que existe entre a escola e o museu e vice-versa e informou que quando os seus alunos visitam aquele espaço são acompanhados pelo escritor e também professor daquela escola, uma visita que começa de fora para dentro e que dá a conhecer um passado histórico, social e económico materializado através de objetos que preservam a realidade de uma época, de um costume e de uma utilidade. Manuel Costa diretor do Museu do Pico, orador convidado para apresentar o livro e o roteiro garantiu que a Universidade tem feito pouco no âmbito da cultura, reconhecendo que o Pico tem grandes temas que merecem estudo como a cabotagem, a construção naval, a pesca do atum ou o vinho, admitindo que os museus precisam de investigação e essa investigação não pode ser realizada pelos museus, uma vez que não têm recursos. O livro e o roteiro, segundo o diretor do museu do Pico, são instrumentos âncora estruturais para a compreensão sistemática da indústria baleeira no Pico e nos Açores uma vez que não existe no mundo um complexo preservado como este. Na obra de José Carlos, Manuel Costa reconhece que há um compromisso científico e uma legitimidade técnica uma vez que o autor usa fontes primárias e secundárias e criva a informação dando credibilidade à história local, que a torna útil e necessária. José Carlos Garcia, autor da obra recordou que a captura de cachalotes chegou aos Açores no século XIX, e no final deste século apareceram as primeiras vigias, fábricas da baleia e botes baleeiros. Mas é no século XX que o Pico consolida a sua posição como principal centro da baleação açoriana. Na sessão de lançamento das duas obras Gui Goulart, vereador da Câmara Municipal de São Roque, felicitou o autor pelos trabalhos apresentados e destacou que as obras são fundamentais para preservar o património baleeiro no concelho, ilha e região.