A Comissão Política da Ilha do Pico do CDS-PP alertou, esta semana, o Governo Regional para o facto de nem os novos barcos para o transporte marítimo de passageiros nas ilhas do Grupo Central, em particular nas Ilhas do Triângulo, nem o novo Centro de Saúde da Madalena serem suficientes para que não se cumpra com a “promessa eleitoral” de construir um barco-ambulância especialmente para o canal Pico-Faial. Em comunicado, a estrutura partidária de ilha, presidida por Manuel Eleutério Serpa, até se “congratula com a decisão política do Governo Regional dos Açores, anunciada recentemente, de mandar construir dois novos navios que virão substituir os actuais Cruzeiros das Ilhas e do Canal, embarcações com uma longa e interessante história para contar, mas que se encontram desgastadas e ultrapassadas, quer em termos de conforto, como de necessidades a satisfazer”. Porém, acrescenta, “parece que este anúncio recente veio deitar por terra o cumprimento de uma antiga promessa eleitoral do PS – a construção de um barco-ambulância para melhorar a qualidade e segurança do transporte marítimo de doentes, particularmente entre as ilhas do Pico e do Faial”. Ora, os populares picoenses consideram que os novos barcos (apresentados, na semana passada, no Pico, pelo Secretário Regional da Economia), “caso não se venham a verificar os mesmos erros cometidos no passado recente relativamente à construção de outros novos barcos que nunca chegaram à Região, virá em muito beneficiar a mobilidade dos Açorianos do Grupo Central, em particular os das chamadas Ilhas do Triângulo, e, por conseguinte, a economia destas ilhas, nomeadamente com a aposta no Turismo”.Todavia, argumentam, “importa lembrar que por melhores que venham a ser os novos barcos e por novas valências que o futuro Centro de Saúde possa conter, existem sempre casos urgentes, e muitas das especialidades hospitalares não se encontrarão disponíveis na nova unidade de saúde a construir na Madalena”.A Comissão Política do CDS-PP lamenta, “uma vez mais”, que “em vésperas de eleições existam dirigentes e governantes que percam a cabeça a fazer promessas que nunca se cheguem a cumprir”, recordando que, “o PS/Açores e o Governo Regional, através do anterior Secretário Regional dos Assuntos Sociais, anunciaram publicamente a construção de um barco-ambulância para satisfazer as necessidades praticamente diárias que existem no canal Pico-Faial. Ora, parece que os novos barcos e o novo Centro de Saúde da Madalena (também prometida há anos) comeram o barco-ambulância”.Manuel Eleutério Serpa afirma ainda que “uma embarcação mais pequena que as agora apresentadas publicamente, especialmente equipada para proceder a evacuações e transporte médico, consegue ter uma mobilidade muito superior, particularmente em dias invernosos e nas condições de mar que são conhecidas nos Açores”. Assim, os dirigentes do CDS-PP na ilha montanha lamentam que “os Picoenses tenham sido, mais uma vez, enganados; levados por promessas vãs e que se vieram a revelar falsas”, alegando que “um barco-ambulância é imprescindível para todos aqueles que tenham que atravessar o canal de urgência, entre a vida e a morte”.Aliás, por falar em promessas por cumprir, a Comissão Política de Ilha lembra também que “quando construíram o Centro de Saúde de São Roque, os nossos governantes disseram, com pompa e circunstância, que o Pico teria o seu bloco operatório. Conclusão: construíram uma sala que nunca chegou a funcionar, servindo apenas para, na altura, se ganharem mais uns votos!”.Por tudo isto, a Comissão Política da Ilha do Pico do CDS-PP, neste comunicado, “apela e propõe ao Governo Regional dos Açores que reveja o processo, pois o barco-ambulância poderá dar um apoio também aos Bombeiros e Protecção Civil quando existam casos de naufrágios ou problemas graves de saúde, nomeadamente nas Ilhas do Triângulo”.A terminar Manuel Eleutério Serpa salienta que “para a credibilidade da política é essencial que não se criem falsas expectativas nos cidadãos”, mas que, pelo contrário, “os dirigentes partidários e os governantes têm que prometer apenas aquilo que podem cumprir e cumprir com aquilo que se comprometeram no local e no tempo a que se comprometeram”.