Um grupo de cientistas denunciou, esta segunda-feira, num documento enviado à presidente do parlamento dos Açores, um "atentado ambiental" na Plataforma Costeira das Lajes do Pico, numa intervenção que incluiu a remoção de vegetação e a realização de festas.
José Azevedo, professor associado do Grupo da Biodiversidade dos Açores, da Universidade dos Açores, e primeiro subscritor do documento, refere que a violação ocorreu em agosto num local abrangido pela Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies das Lajes do Pico.
De acordo com o cientista, a intervenção “consistiu na remoção do coberto vegetal, na deposição e compactação de inertes e na construção e funcionamento durante três noites de uma tenda eletrónica para a realização de ‘raves’” durante as festas da Semana dos Baleeiros, tendo “todas estas ações sido aprovadas pelos órgãos próprios do município das Lajes do Pico e do Governo Regional dos Açores”.
Considerando que está em causa o “desrespeito por um diploma” aprovado pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, os subscritores manifestam o seu “profundo desacordo” com a intervenção realizada no local, defendendo que a área afetada “deve ser intervencionada para poder retornar ao seu estado natural”.
O documento foi enviado com conhecimento dos líderes das bancadas parlamentares da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, deputados da Comissão Permanente de Ambiente e Turismo, secretários e diretores do Governo Regional dos Açores com competências na área ambiental, bem como à Câmara Municipal das Lajes do Pico e à Assembleia Municipal das Lajes do Pico.
Lusa/AO/RP