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“Está em causa a secretária regional do Trabalho e da Solidariedade Social quando usa e abusa dos seus poderes para beneficiar o seu filho e, assim, a si própria, como também está em causa o presidente do governo regional quando é conivente com este uso e abuso do poder em benefício dos atores políticos em que os açorianos supostamente confiam a gestão dos dinheiros públicos. A secretária regional deixou de ter as condições exigidas aos detentores de cargos públicos, portanto, deve demitir-se”, afirmou António Marinho, numa declaração política, feita na Assembleia Legislativa dos Açores.
O líder da bancada social-democrata salientou que o presidente do governo, Carlos César, “deixou de ter na sua secretária regional um membro do seu governo acima de qualquer suspeita e, portanto, deve demiti-la”.
O presidente do grupo parlamentar do PSD/Açores sublinhou que Ana Paula Marques “deixou de parecer ser séria e, pior ainda, deixou de ser merecedora da confiança dos açorianos para poder continuar a gerir dinheiros públicos”.
“A secretária regional do Trabalho e da Solidariedade Social só tem uma saída: demitir-se das suas funções públicas de membro do governo regional dos Açores”, disse.
António Marinho lembrou que Ana Paula Marques “sabia que o seu filho estava inscrito num curso de piloto de linha aérea de avião quando alterou a portaria” relativa ao regulamento de concessão de bolsas, tendo “incluído este curso na lista dos cursos com direito a bolsa”.
“A secretária regional do Trabalho e da Solidariedade Social sabia que, quando alterou o regulamento, atribuindo valores de bolsas de estudo para o curso de piloto-aviador mais do que dobrando o valor da bolsa de outros cursos, como o de medicina, estava a beneficiar diretamente o seu filho, ou seja, estava a beneficiar-se a si própria”, afirmou.
O líder da bancada social-democrata classificou a posição do presidente do governo regional como “condenável”, alegando que é “grave” que Carlos César “não tenha demitido das suas funções públicas, com a rapidez com que o fez em outras ocasiões, com outros secretários regionais, e por outras razões”.
“A atitude do presidente do governo regional, atirando para todos os lados, inclusivamente contra a comunicação social, é típica de quem não tem outras justificações para os seus atos, se não culpar outrem”, frisou.
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