Existem poucos vitivinicultores com castas de verdelho que não seja o verdelho dos Açores.
A confirmação foi dada à Rádio Pico, pelo engenheiro Paulo Machado, que falava sábado no programa Em Foco, onde garantiu que é uma situação que não é muito preocupante, uma vez que a casta está autorizada em Portugal e admite mesmo que a notícia saiu encomendada para desviar a atenção dos principais problemas da vitivinicultura Açoriana
O engenheiro vai mais longe e garante que os produtores não vão devolver milhões de euros no âmbito do programa VITIS recordando que quem teve o azar de pedir uma casta e veio outra, só não pode fazer vinho Denominação de Origem Pico, mas pode produzir vinho de Identificação Geográfica Açores, no caso do Verdelho Gouveio, acrescentando que se a casta não fosse autorizada a devolução do dinheiro só acontecia na fase da plantação, mantendo-se o restante apoio.
Uma das preocupações de Paulo Machado é a quantidade de vinho que vai ser produzido no futuro, cerca de 1,5 milhões de garrafas certificadas, e que tem que ser comercializado como forma de manter vivo o setor e manter o rendimento dos produtores. Uma das dificuldades para o escoamento do vinho na região foi a entrada de vinhos low cost uma vez que uma garrafa de vinho custa menos do que um quilo de uva pago aos produtores.
Paulo Machado alertou também para os vinhos do exterior que estão a ser vendidos ou estão nas prateleiras junto com os Açorianos e defendeu que tem que existir uma maior fiscalização nos restaurantes e supermercados para tentar evitar o seu uso e ou comercialização indevida.
Por fim o engenheiro lamenta que todas as vezes que uma região começa a crescer e a se destacar das outras regiões arranjam-se problemas. Primeiro foi o glifosato, depois a comercialização e agora as castas.