Os deputados do PSD/Açores eleitos por Faial, Pico e São Jorge consideram que a greve em curso da Atlânticoline “é insensata, irresponsável e inconcebível”, estando a prejudicar “gravemente” doentes, estudantes e trabalhadores daquelas três ilhas.
Na cidade da Horta, o deputado Paulo Silveira lamentou que, “dentro de poucos dias, um grupo minoritário de trabalhadores da Atlânticoline vai entrar em greve pelo quarto mês consecutivo”.
Trata-se de uma greve insensata”, já que “atenta contra a dignidade de doentes, estudantes e trabalhadores”, e “irresponsável, porque fazer greve não é apenas um direito, sendo também um ato de responsabilidade, que não se compadece com os prejuízos que estão a ser causados à economia do Triângulo”, referiu, numa conferência de imprensa onde foi acompanhado pelos parlamentares Marco Costa, Salomé Matos e Carlos Freitas.
O deputado recordou que apenas um quarto do total dos funcionários da Atlânticoline - pedem aumentos a rondar os 30% e que possuem benefícios fiscais que nenhuma outra profissão tem.
O deputado disse ainda que não é sensato obrigar um doente idoso que se desloca da Piedade (Pico), para o Hospital da Horta a permanecer um dia inteiro no Faial, da mesma forma que “não é sensato um aluno do Faial ou do Pico, a estudar na Escola Profissional de São Jorge, ser privado de passar um fim-de-semana completo com a família”.
Estão igualmente a pôr em perigo, a sustentabilidade das empresas ligadas ao setor turístico, que estão impedidas de programar o que quer que seja para a época do verão, face à greve”.
Paulo Silveira recordou ainda que, por via de uma lei nacional, “desde 2018 que os tripulantes de navios não pagam IRS, descontando apenas 1,9% para a Segurança Social, quando qualquer outra classe profissional faz descontos de 11%”.
Os social-democratas apelam “ao bom senso” do Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante “que não tem acontecido, pois sempre que a administração da Atlânticoline foi ao encontro das reivindicações dos grevistas, o Sindicato deu o dito por não dito e exigiu sempre mais”.