Segundo o Açoriano Oriental, que cita a Agência Lusa, o Governo dos Açores espera ter operacional até ao final deste mês de agosto, um plano de combate às pragas que estão a causar prejuízos aos agricultores.
“Nós não somos contra as aves protegidas. Queremos é que exista uma população em equilíbrio com aquilo que é a vivência da económica de âmbito agrícola. Neste momento, há um excesso dessas aves protegidas. Estou a falar do melro-preto, pombo-torcaz e da rola-turca”, afirmou o secretário da Agricultura e Desenvolvimento Rural à agência Lusa.
Manifestando-se contra esta medida, o BE pediu “toda a documentação técnica e científica” para fundamentar o pedido de autorização à Comissão Europeia realizado pelo Governo Regional com vista a abate destas espécies”.
Em resposta, o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) está a “elaborar um relatório que identifica e justifica de forma muito precisa” que as populações daquelas aves “estão em excesso nos Açores”, avançou o responsável pela agricultura.
Além do prejuízo na produção, a presença destas espécies estão a “afastar outras espécies de aves que estão a desaparecer”.
Relativamente a outras pragas, o governante lembrou que a caça ao pombo da rocha está “aberta todo o ano” e adiantou que o executivo vai aumentar o fornecimento de veneno de ratos aos agricultores.
Também em declarações à agência Lusa, o presidente da associação Terra Verde alertou que as pragas atingem sobretudo as hortícolas e frutícolas, dando o exemplo da batata, melancia, meloa ou cenoura.
Manuel Ledo exemplifica com o caso do pombo torcaz, já que mesmo estando os terrenos abrigados com redes de proteção de “custos elevados” consegue provocar “muitos prejuízos”.
O responsável pela Terra Verde, que junta 120 produtores, também destacou os impactos da praga do coelho e dos ratos, que tem causado “bastantes prejuízos”, pedindo um “combate às pragas de uma ponta à outra”, envolvendo municípios e vários departamentos governamentais.
“Não queremos eliminar todas as espécies, mas é preciso um equilíbrio. Devemos sustentar todas as espécies, mas os prejuízos caem sempre no agricultor. Tem de existir a contribuição de todos”, apelou Manuel Ledo.
Lusa/AO/RP