O presidente do Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA) alertou ontem, numa conferência em Angra do Heroísmo, para a falta de verbas para os consumíveis diários, incluindo papel higiénico, canetas, lápis e fotocópias.
António Lucas realça que o problema já se estende desde setembro e que em outubro “não foi dado qualquer reforço aos orçamentos das escolas para fazerem face às despesas do dia a dia”.
Em relação ao orçamento para 2024, que será votado em novembro na Assembleia Legislativa, o responsável considerou que a verba global prevista para a Educação é “insuficiente” e que “a aplicação do plano tem desequilíbrios significativos”.
Segundo o sindicalista, num orçamento global de 43 milhões de euros para área da Educação, estão previstos 13,7 milhões para escolas digitais e 705 mil euros para construções escolares, reforçando que o montante previsto dá apenas “para fazer uma intervenção parcelar numa escola”.
“Faz sentido equipar uma escola com equipamentos digitais e depois pingar no local onde estão armazenados e estraga-los?”, é a questão lançada por António Lucas, que acusa a secretaria da Educação de “inércia” na resolução de problemas para os quais o sindicato já alertou várias vezes.
António Lucas apelou ainda à adesão dos docentes à greve nacional da Administração Pública que se realiza no dia de hoje (27), alegando que estão em causa “aumentos salariais que promovam o aumento real dos salários e travem o empobrecimento”, bem como “a aposentação imediata de todos os trabalhadores que a requeiram com 40 anos de serviço, independentemente da idade”.
Açores 9/RP