Decorreu em Bruxelas um seminário para discussão do futuro do Programa LIFE+. Este Programa financia os projectos de excelência que façam diferença na conservação das espécies e habitats nos sítios classificados ao abrigo da Rede Natura 2000. O Programa, na sua versão anterior (LIFE I, II e III) e na actual (LIFE+), financiou 1100 projectos e promoveu um investimento de 1.860 milhões de euros, sendo destes 50% financiamento da Comissão Europeia. Neste momento há 350 projectos LIFE+ em curso. Segundo a Comissão, é essencial que se financie a remoção das espécies invasoras e se combatam as alterações climáticas bem como olhar para as espécies menos conhecidas, implementar procedimentos de monitorização a longo prazo, constituir equipas especializadas em temas relacionados com a biodiversidade, incentivar a pesquisa científica e aumentar a inter-complementaridade com outras fontes de financiamento.Na reunião de dois dias em que participaram seis centenas de pessoas de toda a Europa, o Director Regional do Ambiente dos Açores apelou à diminuição da burocracia, ao aumento das verbas associadas ao programa LIFE, mesmo em detrimento de outros financiamentos, e à criação da figura de “Gestor da Biodiversidade”. Para Frederico Cardigos, “a biodiversidade natural das ilhas está a sofrer uma enorme pressão por parte da flora invasora e os financiamentos existentes não são suficientes para combater eficientemente este flagelo. Segundo os dados apresentados, são gastos pela Comissão 1.3 mil milhões no apoio à produção de tabaco e 6.7 mil milhões para a intensificação da agricultura. Para a protecção da biodiversidade, uma das prioridades da União Europeia, apenas são gastos directamente 370 milhões. Há que ser imaginativo, objectivo e agir rapidamente”.