Nos Açores existem dois tipos de vinho. O vinho certificado e o vinho não certificado. O vinho certificado tem o selo CVR Açores que tem como objetivo proteger e defender as denominações de origem Biscoito, Graciosa e Pico e da Identificação Geográfica Açores e para além de certificar garante a genuinidade e a autenticidade dos nossos produtos, enquanto o vinho não certificado é da competência da Direção Regional do Desenvolvimento Rural.
A informação foi dada por Vasco Paulos, presidente da CVR Açores, que falava sábado no programa Em Foco da Rádio Pico, que adiantou que qualquer vinho para ser comercializado precisa de um selo, ou da CVR no caso dos vinhos certificados ou do Instituto da Vinha e do Vinho que é transversal aos restantes vinhos que existem no país.
Vasco Paulos questionado sobre os vinhos do exterior que estão a ser comercializados como vinho dos Açores, adiantou que não é ilegal importar vinhos, o que é ilegal é dar a entender que os vinhos são dos Açores e recordou que esses vinhos não podem ter as palavras Açores, Pico e Biscoito e que a imagem do rótulo não pode dar a entender que é da nossa região.
O presidente explicou o processo de certificação da CVR e informou que atualmente existem 45 produtos certificados e 14 agentes económicos a certificar vinhos existindo seis momentos de certificação por ano.
O presidente acredita que a médio prazo possa surgir um Instituto da Vinha e do Vinho na região e isso pode fazer a diferença no setor dos vinhos porque é uma entidade que passa a englobar a CVR mas também o da Direção Regional do Desenvolvimento Rural no que toca à colocação no mercado de novos vinhos.
O presidente reconhece que os vinhos certificados pela CVR tem vindo a aumentar de quantidade e qualidade, uma vez que em dez anos quadruplicaram a produção e teme que no futuro não exista mão-de-obra para acompanhar este crescimento que está a acontecer na vitivinicultura.
Vasco Paulos vai mais longe e defende que tem que existir fiscalização mais apertada nos projetos implementados evitando injustiças, recordando que estão em causa dinheiros públicos.
A terminar o presidente alerta ainda para o trabalho existente na vitivinicultura para atingir este patamar e há que ter cuidado para não deturpar os produtos sobe pena de pôr o futuro, que se prevê risonho, em causa.